2009/11/26

19 - Confiômetro - SIM


Inauguro aqui a categoria de desejo Julio Verne. Aquele desejo de algo que não existe, mas que um dia pode vir a existir caso um conjunto de circunstâncias e uma mente brilhante se encontrem no momento certo!

Então lá vai: quero que daqui a cem anos exista o Confiômetro. Não o site que existe hoje (se ele existir daqui a cem anos td bem). O Confiômetro de que estou falando é um aparelho, ou uma capacidade mental desenvolvida, que indica o quanto uma pessoa é confiável.

Baseado em cálculos complexos e no acompanhamento ininterrupto de todos os atos e falas da pessoa desde que nasce, o Confiômetro indica o nível de confiabilidade do indivíduo em determinadas situações.

Por exemplo: se na hora de se despedir um homem vira para uma mulher e diz: "eu te ligo", o confiômetro apita e mostra o nível vermelho de confiança. Pi, pi, pi! Não acredite! Mentira, mentira, mentira!

Se em outra situação ele diz: "isso nunca me aconteceu antes" e o confiômetro pode indicar verde, vermelho ou amarelo, de acordo com a credibilidade da infomação.

Esse aparelho é muito útil em qualquer tipo de negociação, não só nas amorosa. Pra fazer negócios, emprestar dinheiro, alugar apartamento, escolher em quem votar. ouvir conselhos, escolher amigos etc, etc, etc.

Além de índicar o índice de confiabilidade em situações específicas, o Confiômetro também tira uma média e calcula o índice total de confiabilidade da pessoa. Assim, logo que vc conhece alguém, já vai saber o que pode e o que não pode dizer para aquela pessoa.

Quero esclarecer que não acho que o problema do mundo seja a mentira em si. A mentira existe e é um artifício útil em muitas situações. O problema é que a gente acaba acreditando na mentira e aí, ferrou. Nossa sociedade mesma é construída sobre uma base de muitas mentiras que, a princípio, todos sabiam que era mentira e concordavam com isso porque o jogo era interessante. Com o tempo, esse acordo tácito morreu, mas as mentiras continuaram como se fossem verdade. Duraram o tempo que conseguiram aguentar. Algumas já caíram, outras estão caindo e outras vão permacer como verdade por muito tempo ainda.

A mentira pode existir, a gente é que não pode dar a ela valor de verdade.

Por isso, quero que daqui a cem anos exista o Confiômetro, para que as pessoas não confiáveis continuem mentindo sem que ninguém seja prejudicado por isso.


2009/11/23

18 - Drogas - SIM



O nome é horrível, mas nem sempre substâncias capazes de alterar o juízo humano são tão prejudiciais assim. Estou falando mesmo de drogas alucinógenas, ou calmantes, ou excitantes, em suma, de produtos cujas propriedades químicas são capazes de alterar nossa percepção e dar barato.

Muitas culturas, inclusive a minha, usam esse tipo de substância em rituais. Os "ocidentais" usam o álcool a torto e a direito (muito mais a torto) nos rituais de fim da semana de trabalho, festas de casamento, batizados, funerais e até no café da manhã (dependendo do grau de dependência). Os índios tem o daime. Os hippies, o LSD; os baladeiros, o ecstasy; e os universitários, a maconha. Ah, e os que vão ao psiquiatra tem o prozac.

Uma coisa é fato: é válido recorrer a artifícios para ter novas experiências e ser feliz.

Depois dessa apologia às drogas, me bate uma dorzinha de consiência. Não porque muitas delas são ilegais, quem sabe como serão nossas leis daqui a cem anos? Se é que existirão leis até lá.

Mas a verdade é que há muita gente viciada em drogas e que perde a sua vida por causa delas. Só de alcoólatras, são de 10 a 30 milhões de pessoas no Brasil (dependendo da fonte). Imaginar essas pessoas não conseguindo fazer nada antes de tomar uma dose, dá dó. E imaginá-las agressivas, batendo em gente indefesa, dirigindo bêbadas e matando por aí dá raiva, muita raiva.

Pensando com a cabeça de hoje, com um Estado centralizador criador de leis e políticas públicas, chego a pensar na possibilidade da proibição do álcool. Alías, essa é uma boa pergunta: porque o álcool é liberado e a maconha não? Os problemas derivados do álcool geram ao Brasil gastos superiores a 15 bilhões de dólares ou 5% do PIB. A dependência do álcool é coisa pública e notória e seus estragos na saúde dos usuários e na sociedade são inegáveis. No entando, tá tudo liberado e a cerveja hoje é por minha conta!

Do outro lado, a ilícita erva do demônio. Vale a pena ler o texto de Walter Fanganiello Maierovitch publicado em vários sites. Separei um trechinho só pra dar um gostinho:

Para a alegria dos pais e das mães preocupados com vestígios deixados pelos filhos, nunca houve no planeta, até o momento, morte por overdose de maconha ou de haxixe. Evidentemente, o contrário sucede com a cocaína, a heroína e as drogas sintéticas, causadoras de overdoses fatais.
A dose mortal de maconha foi estimada em 4 quilos, segundo dados de laboratórios científicos, depois de experiências feitas com ratos. Ninguém no mundo reúne condições de manter um consumo ininterrupto de 4 quilos.Além disso, o denominado efeito-eficaz é conseguido com 1/10 de grama.

Sim, estou abertamente defendendo a liberalização da maconha. Se o FHC pode, eu também posso. E a galera da marcha da maconha também. Politicamente, faz muito mais sentido legalizar a maconha. Só quero ver quem vai subir o morro pra cobrar imposto, rs.

Como daqui a cem anos não sei se viveremos nesse mesmo tipo de organização política (ainda não pensei concretamente sobre isso, mas minha intuição me diz que quero uma organização menos centralizada, com responsabilidades mais ditribuidas), não vale aqui dizer qual droga deveria ser proibida ou liberada. Gostaria mesmo que daqui a cem anos esse tipo de pensamento nem fosse possível. Se a droga existe, não há porque proibi-la. Há motivos para não consumi-la? Sim, ela vicia, te deixa bêbado e agressivo, te faz esquecer as coisas, te faz bater em quem você gosta, te faz dar tiros em desconhecidos, te faz roubar o que não é teu, te faz perder a sua vida, tira sentido de tudo o que você conhece, afasta as pessoas de você e te deixa sem chão, então, foda-se que ela é legalizada, NÃO USE!!!!

Agora, se a droga te faz bem e aqueles que estão ao seu redor concordam com isso, então usa.

Quero que daqui a cem anos os seres humanos possam usar substâncias que alterem a atividade mental e que sejam prudentes o suficiente para fazer isso com responsabilidade. Que conheçamos nosso corpo, nosso mundo e que possamos cuidar de ambos!

2009/11/18

17 - Más companhias - Não


Explico, gostaria que daqui a cem anos tivéssemos algum tipo de organização social que nos permitisse manter a nossa volta pessoas com quem nos damos bem. Ótimo, isso hoje já é possível. Mas, da forma como a gente organiza a vida hoje, somos obrigados a conviver com pessoas que não nos fazem bem.

Convivência é tudo. E as pessoas que a gente mantém perto de nós (mesmo que virtualmente) são o que fazem isso tudo valer a pena. Grandes craques de futebol fazem gol pra mãe, pra esposa, pro pai... Doutores dedicam as teses aos pais ou cônjuges... Astros querem saber o que os amigos acharam da sua atuação e assim vai. E por que muita gente passa a maior parte do seu dia rodeado de pessoas com as quais não tem afinidade, não tem carinho, não tem afeição? Porque alguma coisa está errada. Porque, em algum momento da história disso que é chamado Ocidente, abrimos mão de tomar conta da nossa própria vida. Abrimos mão da nossa vida.

Abrir mão talvez não seja o melhor termo. Seria mais certo dizer que vendemos nossa vida, ou parte dela. Vendemos nosso tempo. Costumamos chamar isso de trabalho e achamos que vendemos nossa força de trabalho, nosso produtividade. Sim, mas a maioria vende mesmo é o tempo. Poucos são aqueles que de fato se comprometem a realizar trabalhos. Emprego formal na nossa sociedade quase sempre é venda de tempo.

E se você vendeu seu tempo, meu amigo, se ferrou. É quase como se tivesse vendido sua alma ao diabo. Você não é mais dono dela. Durante o tempo que você está "na firma" você pode ser submetido a tudo de maus chefes a maus companheiros de trabalho. Sendo só um empregado, você não tem o direito de escolher com que tipo de pessoa vai gastar a maior parte do seu dia.

Você tem uma turma de trabalho muito legal? Nos finais de semana é com eles que você quer estar? Os happy hours são animados? Parabéns! Você foi premiado!

Ah, você é o dono do negócio? Então escolha bem seus funcionários, pois eles serão mais do que aqueles que te trarão dinheiro, mas serão aqueles que estarão por perto sempre. E escolha bem seus clientes também. Porque de que adianta ser o dono se você vai se submeter às mesmas humilhações e situações estressantes e desgastantes porque o cliente "tá pagando"? Coragem, meu filho. Selecione seu público. A vida é muito mais que dinheiro.

Daqui a cem anos, as pessoas deveriam ter a consciência clara de que a vida não é só dinheiro. E deveríamos ter o direito de decidir com quem vamos passar o nosso tempo aqui no planeta. Já fazemos isso quando nos apaixonamos, montamos famílias. Por que não podemos fazer isso no restante do tempo. Garanto que a gente seria muito mais feliz.

2009/11/06

16 - Competições esportivas - SIM



Quando grandes times de futebol brasileiros começam a fazer cem anos, é hora de olhar para frente e dizer: quero que daqui a cem anos ainda existam competições esportivas. Não só de futebol. Vale tudo!, inclusive o vale tudo.


Poderia argumentar, como tantos devem estar fazendo agora que o Brasil será sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas, que esses eventos esportivos são muito lucrativos. Mas o caso aqui não é dinheiro. O grande lance do esporte são as relações humanas.

Fui descobrir o esporte já adulta. Quando criança, até jogava alguma coisa, mas confesso que a aula de educação física não era a minha favorita. Na hora em que os times eram escolhidos, eu nunca era das primeiras a ser chamadas, também não era a última.

Só depois de grande, quando procurei esportes em busca de boa forma, descobri como é interessante o ambiente esportivo. Você é o que você é. Você é o seu desempenho ali e nada mais. Ninguém te pergunta de onde você veio, qual seu trabalho, quanto você ganha ou sua religião. Claro que estou falando de um ambiente muito especial, em que as pessoas estão interessadas no esporte em si. Todos com um mesmo interesse, não importa quem seja ou como chegou ali. É muito bom não ser julgado.



Hoje tive a oportunidade de conhecer o time de basquete em cadeira de rodas Águias. Os caras jogam muito! E tem histórias incriveis. Conversei com Nilton (da foto de abertura) e Heriberto (de costas na foto acima). Os dois perderam os movimentos das pernas ainda adolescentes e com isso, perderam o gosto pela vida. Foi jogando basquete que eles voltaram a viver. E hoje são profissionais, vivem disso e estão na seleção representando o Brasil nos para-pan e nas para-olimpiadas. Parabéns pra eles! E para todos que se dedicam ao esporte. A vida é isso: sentido e felicidade.

E pra que mais e mais gente possa se dedicar ao esporte sem culpa, bora fazer mais e mais campeonatos. Se daqui a cem anos ainda vivermos no Capitalismo, então que hajam esses grandes campeonatos que fazem muuuuuuuuuuito dinheiro e vários outros que só dão sentido à vida das pessoas. Se já tivermos superado essa fase, que tenhamos muitos e muitos campeonatos esportivos e até eventos não-competitivos (será que estaremos tão evoluídos que teremos outros estímulos que não a competição e o dinheiro? Adoraria! rs).

2009/11/04

15 - Hierarquias ilógicas - NÃO


Quem nunca se deparou com um chefe incompetente? Provavelmente, quem é chefe. Fora isso, todo o resto da humanidade já se viu sob o comando de alguém que não tinha nem habilidade e nem mérito para comandar. Pode ser seu chefe no trabalho, seu irmão mais velho, um professor deslocado, ou somente alguém que chegou primeiro no local e se acha no direito de dar ordens que, visivelmente, não levarão a lugar nenhum. Gostaria que daqui a cem anos ninguém tivesse que passar por isso.
Isso significa que temos que reorganizar toda nossa estrutura social, não é só uma questão do mundo do trabalho, ou da produção material. Mas não acho algo impossível para daqui a cem anos. De fato, não sei se estruturas anarquistas ou comunitárias funcionam (preciso conhecer melhor o assunto). Mas acredito que um sistema de mérito, isso é, merecimento por uma capacidade reconhecida dentro de uma comunidade, seria o melhor caminho para definirmos quem comanda (e não quem manda) em qualquer situação. Hoje é um samba do criolo doido e quem manda é quem está no lugar certo e na hora certa, infelizmente, muitas vezes não é a PESSOA certa.
Espero que daqui a cem anos tenhamos estruturas sociais mais justas, menos ligadas a essa mentalidade insana de acumulação de propriedade privada que cria situações que realmente não tem nada a ver. (comecei falando bonito e esculhambei, hahahah)

14 - Energias limpas e renováveis - SIM


Há algum tempo postei que gostaria que existisse energia elétrica daqui a cem anos. Continuo apostando nisso, mas tenho que fazer uma importante observação. É preciso investir em novas fontes de energia renováveis e menos poluentes. Como brasileira, não atentei a isso no outro post, pois a maior parte de nossa energia elétrica é produzida por usinas hidro-elétricas. Mas essa não é a situação mais comum no mundo. A maioria da energia elétrica consumida no mundo é produzida através da queima de combustíveis fósseis, não renováveis e altamente poluentes. Isso significa que, se queremos que exista humanidade e energia elétrica daqui a cem anos, precisamos mudar drasticamente a forma de produção dessa energia. Além das hidro-elétricas, que têm um impacto ambiental considerável, já há tecnologia para se produzir energia elétrica a partir da energia do Sol e também dos ventos. Em cem anos, outras formas limpas e menos custosas para nossas vidas devem surgir. Só teremos humanidade e energia elétrica juntas daqui a cem anos, se essas formas de produção de energia forem adotadas.

PS: Acabei de reler o post sobre eletricidade e já tinha sim atentado para a importância das fontes de energia limpas e renováveis. De qualquer jeito, deixo aqui o reforço.

2009/11/03

13 - Idosos respeitados - SIM


Existe uma qualidade que só se conquista com o tempo: a maturidade.
Vivemos hoje tão ligados ao instante que esquecemos que o tempo passa.
Esquecemos que não seremos eternamente jovens - essa juventude tão valorizada.
E nem percebemos as vantagens dessa coisa chamada tempo que não para de passar.
A mautridade é a maior vantagem individual que tiramos do tempo.
Muitas vezes vejo gente tentando inventar a roda. A idéia é de fato genial, mas é difícil fazer, né? Hellooooow, já fizeram várias rodas por aí, porque você não pergunta pra quem já fez?
É isso aí, mais do que respeitar os mais velhos porque eles construiram o mundo em que a gente vive ou nos deram a vida, espero que daqui a cem anos as pessoas saibam valorizar a sabedoria que provém da experiência (se eu estiver viva, quero ser respeitada! hehehe)